sexta-feira, 25 de maio de 2018

Parashá 35: Naso, B’midbar/Números 4:21 à 7


PARASHÁ COMENTADA


Parashá 35: Naso, B’midbar/Números 4:21 à 7
Haftará: Juízes 13:2-25; João 7:53-8:11; Atos 21:17-32

Este é um comentário sucinto e objetivo das Lições da Torah e dos Profetas (ver Atos 13:15) ou Parashiôt. 

Adonai disse a Moisés para listar o serviço que cada família deveria comprometer-se em prol da Comunidade e em honra a Ele. Para os filhos de Gérson, a partir de 30 anos de idade até 50 anos de idade, o seu serviço comunitário deve ser o de levar todas as tapeçarias e cortinas do lugar de moradia do Mishkan.
Os israelitas envolvidos em serviço comunitário são numerados como 2630. Os filhos de Merari, de 30 anos de idade até 50 anos, serão responsáveis por todas as vigas e pilares e bases e tomadas para o lugar de moradia do Mishkan. Eles são numerados em 3200.
Os filhos do Kehatite, a partir de 30 anos de idade até 50 anos, são contados como 2750. Os filhos dos levitas, a partir de 30 anos de idade até 50 anos de idade, são numerados em 8580.
Adonai, então, falou a Moisés dizendo: "Ordena aos filhos de Yisrael para enviar longe do acampamento todo leproso e todos os que se tornaram impuros. Tanto homem como mulher devem ser enviados para fora do acampamento para não ocorrer epidemias ou pestilências entre o povo. 

"E os filhos de Yisrael fizeram assim.” Então Adonai disse a Moisés para falar aos israelitas o seguinte: Se um homem ou uma mulher cometer um pecado, qualquer pecado contra o homem, qualquer coisa que quebre ou rompa a confiança é pecado contra D’us, essa pessoa deverá incorrer em culpa.
Eles devem reconhecer a si mesmos como pecadores e que devem, então, fazer a restituição para ser cancelado o seu pecado.
Ou seja, não é apenas reconhecer que é pecador, pedir perdão a D’us e fica tudo bem, isso é o que o cristianismo prega, entretanto, a Torah prega outra coisa, para uma pessoa pecadora ser aceita pelo Eterno como perdoado, ela deveria reconhecer sua condição de pecador, pedir perdão ao Eterno e aos terceiros aos quais ela tenha prejudicado e ainda restituir ou tentar consertar o estrago que tenha feito, caso isso fosse possível.
Foi exatamente isso que Zaqueu, o publicano, fez quando se converteu e fez Teshuvá, reconheceu seu estado de pecador, pediu perdão ao Eterno e ainda tentou consertar toda a injustiça que ele havia praticado contra o seu próximo:
“E, levantando-se Zaqueu, disse a Yeshua: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quatro vezes mais. E disse-lhe Yeshua: Hoje a salvação entrou nesta casa, pois que, também este é um Ben Avraham” (Lucas 19:8-9)
Observem, o simples fato de Zaqueu ter se arrependido não significou muita coisa, mas quando ele resolveu praticar a justiça da Torah Yeshua declarou: “Este é um filho de Abraão”, isso é um exemplo para nós que nos consideramos b’nei Avraham.
E continuando, a Parashá trata de um assunto delicado. Se a esposa de um homem se desvia sexualmente com outro homem que não seja seu marido, sem ser forçada, então, o marido, mesmo não tendo presenciado o ato, mas apenas desconfiar da infidelidade da esposa, trará a sua mulher perante o sacerdote e fará uma oferta de cereais por ciúmes, é uma oferta de cereais de recordação que lembra o suposto delito. 

Quando a mulher reconhecer seu pecado, ela deverá tirar o véu da cabeça, pois deixou de ser uma mulher honrada, beber águas amargas que fará a sua barriga inchar e sua genitália apodrecer e ela deverá tornar-se uma maldição entre o seu povo.
Mas se a mulher for inocente estando pura, que não tenha perdido sua pureza matrimonial, ela será abençoada com filhos.
Quando qualquer um, homem ou mulher, fizer uma determinação consciente para tomar o Voto de um Nazir (nazireu), para elevar-se temporariamente a uma posição semelhante à de um sacerdote santo, então ele ou ela deve cumprir muitas obrigações.
Eles não devem beber vinho, nem nada preparado a partir da uva ou produto da vinha. Navalha não passará sobre a sua cabeça, nem devem entrar em contato com pessoas ou animais mortos. 

Todos os dias do seu Voto ou nazireado, eles serão kedoshim (consagrados) para o Eterno. Se alguém morrer subitamente junto deles, rapará a sua cabeça para que possa recuperar a sua pureza.
Deverão fazer oferendas junto aos sacerdotes e dádivas devem ser dadas ao Eterno para serem aceitos novamente. Da mesma forma será feito no dia em que encerrar o seu Voto para com o Eterno, o nazireu rapará a sua cabeça, e fará os devidos sacrifícios de Ação de Graças por ter cumprido fielmente o seu Voto perante o Eterno seu D’us.
Isso nos lembra o Voto que o rabbi Shaul haSheliach fez durante o seu ministério, consagrou-se ao Eterno e depois rapou a cabeça e ofereceu os devidos sacrifícios no Templo:
“E Shaul, ficando ainda ali muitos dias, despediu-se dos irmãos, e dali, juntamente com Priscila e Áquila, navegou para a Síria, e tendo rapado a cabeça em Cencréia, porque tinha tomado o Voto” (Atos 18:18)
“Então Shaul, tomando consigo aqueles homens, entrou no dia seguinte no Templo, já purificado com eles, anunciando serem já cumpridos os dias da purificação do Voto; e ficou ali até se oferecer o devido sacrifício por cada um deles.” (Atos 21:26)
Como podemos notar pelo relato de Atos, os judeus nazarenos juntamente com os apóstolos ainda faziam sacrifícios de Ação de Graça no Templo de Jerusalém enquanto este ainda estava de pé.

E continuando a Parashá, D’us então diz a Moisés para Aaron abençoar os filhos de Yisrael com a milenar Birkat Kohanim - ברכת כהנים, dizendo:
‘'Que Adonai te abençoe e te guarde. Que Adonai ilumine o seu rosto sobre ti e te conceda a Sua Graça. Que Adonai levante o Seu Semblante sobre ti e te dê a Shalom. E assim colocarão o Meu Nome sobre os filhos de Yisrael e Eu os abençoarei" (Números 6:24-27)
E sucedeu que, após ter Moisés terminado de erigir o Mishkan e santificado ungido-o completamente e todos os seus objetos sagrados, os chefes (príncipes) das tribos trouxeram suas oferendas diante do Eterno.
Essas oferendas incluíam objetos preciosos, animais, farinha, incenso, ouro e prata.
E quando Moisés entrava na tenda da reunião, nomeado para falar com o Eterno, Moisés ouvia a voz de Adonai de cima da tampa que estava sobre a Arca do Testemunho entre os dois querubins.

O sentido Espiritual da Parashá (comentários da Kabalah):
Nesta Parashá continua a contagem e as funções das várias famílias levitas dentro do Santuário, por esta porção observamos como Adonai se preocupa com a ordem e o equilíbrio das coisas, todo talento é um dom de D’us e deve ser usado de certa forma, para sua honra, mesmo quando nos diz respeito, como uma vocação por exemplo, ser professor, médico, engenheiro ou etc.. é uma vocação que vem de dentro de nossa alma, mas, que recebe uma ajuda divina em forma de talento e, de como saber fazer e realizar esta vocação com sabedoria não necessariamente para obtenção de lucro, mas de preferência, a glorificar o Criador.
Ao observarmos a maneira como o censo era feito, verificamos algo um tanto curioso. Por que as mulheres não foram contadas entre as tribos? Para quem gosta de criticar sem verificar o contexto dirão tão rapidamente: isso é preconceito!
Porém, Adonai em sua sabedoria, estava poupando as mulheres de exercerem mais uma tarefa árdua além das que elas já tinham com seus afazeres domésticos, desmontar o Santuário era tarefa para homens e não para mulheres.
Embora esta seja uma das Parshiot mais longa na Torah, é de fato a única com mais repetições, tornando-se em certo momento a leitura cansativa.
As oferendas dadas pelos príncipes das tribos para a Tabernáculo no deserto. É bastante surpreendente que cada presente seja idêntico e ainda mais surpreendente, cada um estipulado em pormenor.

Teria sido muito mais fácil simplesmente dizer que todos os 12 príncipes trouxe tal e tal coisa, e em seguida detalhasse o presente, em vez de fazer uma série de repetições aparentemente desnecessária, 11 parágrafos, para ser preciso.
Na verdade, a Torah está nos ensinando uma lição: Por inspiração divina cada príncipe descobriu o que fazer. A situação exigia um conjunto específico de presentes e coincidentemente cada um dos 12 presentes eram idênticos. No entanto, mesmo os presentes parecendo idênticas, internamente cada presente era completamente diferente, radicalmente personalizado. 

Cada um era a expressão de um indivíduo único representando uma tribo original, em conformidade com o chamado da Ruach do Eterno. Com base em uma visão divina e objetivamente precisa, que tinha sido compartilhada por meio da inspiração, mas, expressando sentimentos de uma forma única. Assim ocorre quando deixamos ser guiados pela Luz Divina.
Esta porção também retrata o julgamento divino exposto no tratamento dado aos impuros e a uma mulher suspeita de adultério.
Aparentemente nos parece um tratamento um tanto severo demais, retirar pessoas com doenças contagiosas mantendo-as longe do arraial pode até parecer desumano a vista de alguns, mas era necessário fazê-lo, tais pessoas não cuidavam da própria higiene e por isso adquiriam estas doenças.
Dentre os pecados que mais Adonai abomina estão a idolatria e o adultério, por isso, a mulher suspeita de adultério deveria se submeter aquela prova, provavelmente ela teria dado motivos ao seu marido de suspeitar dela, isto nos vem a mente a maneira de como uma mulher virtuosa deve se comportar na sociedade, não dando motivos nem aos outros e nem ao marido de suspeitar de sua idoneidade de esposa.
Durante o processo de suspeita de adultério de uma mulher casada, algo que o Eterno determinou nos chamou a atenção, o uso do Véu nas mulheres israelitas, usar Véu era símbolo de virtude de uma esposa, por isso, primeira coisa que o Eterno determina na hora do julgamento de um processo de adultério é a retirada do Véu da cabeça da dita mulher, simbolizando que ela tenha perdido a sua virtude de esposa santa.
A Parashá, em seu sentido espiritual, finaliza com uma das mais belas bênçãos dadas pelo Eterno, Birkat Kohanim (Bênção Sacerdotal), interessante que Adonai diz que é assim que Ele deseja que nós sejamos abençoados: “E, porão o Meu Nome sobre os filhos de Yisrael, e Eu os abençoarei” (Números 6:27).

Cada um de nós recebe o Nome do Eterno sobre nossas cabeças, e isso é maravilhoso, demonstra a quem pertencemos e a quem servimos, ao pronunciarmos a Birkat Kohanim, estamos invocando o Nome do Eterno sobre nossas almas. Baruch haShem!!
Que Adonai Eterno abençoe a Leitura e o Estudo de sua Palavra.
קהילה ישראלית ספרדי נצרית בית בני אברהם
Congregação Israelita Sefardita Notserit Beyt B'nei Avraham – Belém/Pa

Marlon Troccolli


Nenhum comentário:

Postar um comentário